“- Hoje procurei um motivo racional para gostar de você”,
e só encontrei a resposta para uma ‘não-pergunta’ do conformismo que tanto me incomoda:
“- É oque tem pra hoje?!”
Tem pra hoje explodir de felicidade ao ouvir uma meia-verdade.
Tem pra hojete dar a chance de você se dar a chance, para me dar uma chance.
Tem pra hoje dizer que te amo no hoje e te amarei amanhã, quando amanhã for hoje.
Tem pra hoje me reinventar todo dia que for hoje, me re-apresentar e
ser a paquera da ponta da mesa.
Tem pra hoje sempre te deixar me devendo “aquela” dança, que nunca será paga, para ela sempre exista.
Tem pra hoje deixar você me jogar aos seus pés,
você certo que não será dessa vez,
voltarei até as dez, não consigo ir embora de vez.
Tem pra hoje o melhor de mim, simplicidade e tranquilidade, e a certeza que por nós dois mataria até minha maldade.
Tem pra hoje Te desejar bom-dia como à quem recebe uma visita.
Tem pra hoje cumplicidade e ser tua Anita*
Tem pra hoje falar contigo na lingua dos olhos
Tem pra hoje deixar você ir, e ter saudade de roçar na tua barba,
deixar você me enganar, e quando a esbornia da noite saciar
Tem pra hoje, a certeza deste colo pra deitar.
Tem pra hoje oque tanto custa me matar, tenho uma cirrose em evolução
desta bebida que tanto me embreaguei, em tuas doses de paixão.
Sosinha,
Na mesa da vida, suplicando pelo bom garçon.
Tem pra hoje tudo que você quiser para amanhã,
mas se hoje não é suficiente;
“- Hoje procurei um motivo racional para gostar de você“, eis que não encontrei nenhum.
Hoje, eu consegui entender:
“- Não temos nada para hoje.”