Início

# Pedaços de bambu e linhas

Ela veio e me abraçou com tanto ímpeto que no momento, sem raciocinar,
me senti a pessoa mais querida do mundo.
Dei um beijo na testa, bem de leve, como se na verdade quisesse dizer:

– Estou aqui ok?

Depois o raciocínio completou, senti meu peito úmido, e o barulho de alguém chorando cada vez mais alto aos poucos, Todos olhavam.

No momento queria boas palavras, mais a única coisa que pode fazer foi tira-la imediatamente dali, sentar em algum canto e dar atenção, e um cigarro.
Acho que era o único remédio que eu tinha autorização para entregar naquele horário.

Não foi nem questão de tempo nem do cigarro começar a queimar,
e ela começou com turbilhoes de palavras,
meu silencio e meus olhos atentos continuavam lá, firmes e fortes.

O que estava fazendo-a nervosa.
Parou.
O que estava fazendo raivosa.
Se aquietou.
Sempre fui de muitas palavras, acho que mais que o necessário, mais a única coisa que consegui falar, para ela foi:
Senta, foca,não foge, chora.
Então se levantou…
Sorriu…
Acendeu outro cigarro e foi à luta.
Coloquei minha mochila leve nas costas…
Bati na roupa que não estava empoeirada, e continuei a andar.
Por Arturo Dias.
Licença P●ética

Deixe um comentário